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9 de junho de 2009

A conspiração da Indústria Cultural nunca termina

Quando, de fato, irão entender o verdadeiro sentido da internet? A democracia em sua essência, a atividade de compartilhamento artístico e cultural. Quando perceberão que o conceito de propriedade intelectual mudou? A arte está disponível para mundo, é inegável que o método de se lucrar com a obra renova-se a cada dia.

Mas a repressão muda da sociedade física para a sociedade virtual e lideranças políticas começam a se articular para exercer o poder lhe dado por lobistas da indústria cultural. Ser condescendente a esse tipo de abuso é estar a serviço da repressão cibernética.

Na ultima quinta-feira o jornalista cultural Thiago Ney publicou em seu blog ações proferidas por políticos no mundo. A começar pelo ministro da cultura britânico, Andy Burnham, que deseja debater downloads ilegais. A minha pergunta defini-se ao que se entende por ilegal em um meio de se compartilhar cultura?

É necessário um debate sim, um debate onde se conscientize novas formas de comercializar arte sem o abuso das grandes indústrias. É notório que as grandes gravadoras estão crise, no entanto, é notório também que essa crise é resultado de sua própria ambição que, desde quando o CD começou a ser comercializado, os preços abusivos foram questionados pelos executivos das próprias gravadoras.

Peter Kauffman que em entrevista para a revista OFFLINE quando disse que tudo começou com um artigo errado prova este suicídio mercadológico. “Viajava muito. Era gerente geral da América Latina de um grupo chamado Teka. Lá eu vi que o CD, que custava US$ 11 ia custar US$ 4. A informação de que a nova mídia ia baixar para US$ 4 nunca aconteceu. E, na minha modesta opinião, foi isso que matou o CD, porque, quando a Philips, junto com a Sony, desenvolveram o suporte, havia um número x de cópias vendidas para depreciar a invenção do CD. Quando isso foi atingido, eles não baixaram o preço. Preferiram investir mais em marketing”.

Estamos numa nova era e entrando num momento em que o grande pensador Francês, Pierre Levy chama de Cibercultura e devemos nos adaptar a essa realidade mundial. E para que nosso acesso a cultura não seja obrigatoriamente limitado devemos estar atentos a essas mobilizações conservadoras movida por interesses comerciais da industria cultural.

O Projeto de lei do deputado Bispo Gê Tenuta (DEM-SP) cria penalidades civis para quem pratica download ou compartilhamento de arquivos eletrônicos na Internet, que contenham obras artísticas ou técnicas protegidas por direitos de propriedade intelectual, sem autorização dos legítimos titulares das obras.

Sabemos que essa briga não tem fim, pois a internet possibilita maneiras infinitas de se burlar restrições, mas não devemos aceitar essa imposição sabendo que seremos rotulados por um crime imposto pela mercantilização da cultura. Temos os nossos direitos e que façamos valer.
posted by Vitrola USB at 12:43

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